Martins da Costa

João Martins da Costa (1921 – 2005)

O pintor, vulgarmente conhecido, como Martins da Costa, nasceu em Coimbra, mas os seus pais eram penacovenses: José da Costa e Cacilda Martins. O seu avô materno fora industrial de latoaria na vila e o paterno, Abílio Costa, tinha sido proprietário de um veículo que servia de diligência entre a cidade dos estudantes e Penacova.

Cursou Pintura na Escola de Belas Artes do Porto (1939-1948), tendo-se diplomado com a classificação de 18 valores.

Como obras de Pintura em Penacova, e sobre a vila encontramos no seu espólio: “ Penacova – A Ponte” ( 1945) ; “ O Vale do Mondego “ (1982) ; “ Outono na Serra – Penacova “ ( 1984) ; “ Caminhos Paralelos”, no Mirante ( 1991) ; “ A Persiana – Penacova “ ( 1991), Nuvens sobre o Vale de Penacova I e II (1945).

Com um traço de personalidade independente, genuína e desprendido de lucro, fez inúmeras viagens a Cabo Verde, São Paulo ( Brasil) , Guiné , França, Espanha, Bélgica, Holanda, Itália e Inglaterra, onde fez estudos e pintou. Foi um mestre conceituado na sua arte, como atesta o facto de ter sido bolseiro do governo italiano e do Instituto de Alta Cultura.

Em Penacova, para onde veio em 1973, a sua arte foi, com simplicidade, reconhecida pelos Penacovenses. Aqui foi Professor da Escola Secundária de Penacova, e era popularmente conhecido como “Picasso”. Na verdade, a sua estadia em Penacova foi marcante, não apenas por ter aqui construído a sua casa-atelier sobre o Vale do Mondego, a sua última residência no “meio das oliveiras e dos bandos da passarada”, mas também por ter colaborado com a sociedade civil através da sua arte. Colaborou no restauro da Igreja Matriz, desenhou as bandeiras do Rancho Folclórico de Penacova, da Santa Casa da Misericórdia , dos Bombeiros, da Casa do Povo. Por fim, ainda deixou os seus escritos e os seus testemunhos nos jornais “ Nova Esperança “ e Jornal de Penacova “.

A memória e a obra de Martins da Costa não se resume a Penacova, e, é perpetuada pelo País, com destaque para cidade do Porto. O Museu Nacional Soares dos Reis possui quatro obras suas: “Jardim de S. Lázaro – Porto” , “ Casario do Porto “ , “ Casas de Roma” e “ Vale de Penacova”. O quadro “ Casas de Roma” encontra-se também exposto neste Museu Nacional.

João Martins da Costa acabaria por falecer a 13 de Abril de 2005. Deixou uma importante obra, que no caso de Penacova, está inegavelmente ligada à forma apaixonada como retratou e pintou as suas paisagens.